Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
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Sala Pedro Dias
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O termómetro

Termómetro de Immisch
Termómetro Diferencial
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(Fig. da esquerda)
Estojo de aço forrado a flanela (3,2x3,2x1,3cm).
Termómetro de Immischs: Aço, vidro; séc. XIX; 4x2,8x1cm.
Pertenceu ao Professor Gramaxo.
Oferta do Sr. Castro Lopes.

(Fig. da direita)
Estojo de madeira forrado a pergamóide, cetim e veludo (3,5x45x5cm).
Termómetro diferencial de H. Roberteau: Vidro e mercúrio; Breveté SGDG.
A avaliação da temperatura corporal fazia parte integrante do exame objectivo do doente desde a mais remota Antiguidade. Contudo, a ciência e a tecnologia do tempo não favoreciam a idealização e a manufactura de um instrumento susceptível de quantificar a temperatura corporal. Atribui-se a Galileu Galilei (1564-1642) o conhecimento e a utilização de um instrumento para quantificar o calor. Era um instrumento sem escala ou pontos fixos, um termoscópio aberto de ar. Os resultados que este instrumento fornecia dependiam das oscilações do calor e das variações da pressão atmosférica. Por volta de 1610 Cornelius Drebbel (1572-1634) apareceu com a sua "experiência de Héron" na qual demonstrou a acção dilatora do calor sobre o ar. O seu termómetro ficou conhecido pelo "Perpetuum mobile". Em 1614 Santorio Santorio (1561-1636) apresenta o seu "Instrumentum Temperamentorum" que orientou para fins clínicos. Como requesitos prioritários considerou que o termómetro deveria ser aplicado numa determinada região do corpo, durante um tempo determinado e por várias vezes no decurso de cada doença. O seu cumprimento faria deste instrumento um valioso auxiliar de diagnóstico. Os seus objectivos não foram atingidos. Os primeiros registos relativos aos primeiros termómetros fechados de "espírito de vinho" pertencem à "Academia del Cimento" (Florença, 1657). Em 1665, Robert Boyle (1626-1691) propôs como ponto fixo a temperatura de congelação do óleo de anis. Christian Huygens (1629-1695) propõe pela primeira vez os índices de congelação e de ebulição da água como pontos fixos. Testaram-se uma diversidade de substâncias tais como o óleo de linhaça, o ar, o espírito de vinho, o mercúrio, entre outras. A calibração dos tubos com uma gota de mercúrio representou um progresso considerável no aperfeiçoamento do termómetro. O tipo de divisões que ainda hoje se praticam nas escalas termométricas ligam-se aos nomes de G. Fahrenheit (1686-1736), Réaumur (1683-1757) e Anders Celsius (1701-1744).

Entre os mais consagrados, pertencem ao Museu Maximiano Lemos o termómetro diferencial de H. Roberteau e o termómetro de Immisch que estão expostos na Sala João de Meira.

O termómetro Diferencial, invento de Leslei, era um aparelho susceptível de quantificar pequenas diferenças de temperatura. Compunha-se de duas esferas de vidro unidas na parte inferior por um tubo fino, reservatório de um líquido colorido. Uma pequena diferença de temperatura entre as duas esferas produzia um desvio do nível do líquido registando a temperatura.

O termómetro de Immisch diferencia-se dos demais pelas reduzidas dimensões que possui. O sistema de funcionamento baseia-se no pressuposto da dilatação da matéria por acção do calor.
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