Carlos Ribeiro da Silva Lopes (1906-1997), licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (1930), doutorou-se em 1936. Depois do Doutoramento foi reconduzido, por cinco anos, no lugar de Assistente da Faculdade, ao cabo dos quais foi reconduzido por igual período de tempo (1931-42). Em 1942 é contratado para Primeiro Assistente do 4º Grupo (Medicina Legal) da Faculdade de Medicina.
Nesse mesmo ano é nomeado Chefe de Serviço do Instituto de Medicina Legal. Aprovado, por unanimidade, no concurso para Professor Extraordinário do 4º Grupo (Medicina Legal, História da Medicina e Deontologia Profissional) da Faculdade de Medicina do Porto é nomeado em 1944, tendo-lhe sido entregue, nesta data, pelo Conselho Escolar, a regência da cadeira de História da Medicina e Deontologia Profissional - em consequência do impedimento legal do Professor Luís de Pina - regência que exerceu até 25 de Novembro de 1949 e em Fevereiro de 1952.
Foi reconduzido definitivamente no lugar de Professor Extraordinário da Faculdade de Medicina em 1948. De 1955 a 1959 regeu o curso de Deontologia. Desde Novembro de 1959, por jubilação do Professor Francisco Coimbra, regeu a cadeira de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Foi vogal de júris de exames de Histologia Normal e Embriologia, Patologia Geral, História da Medicina, Psicologia, Deontologia e Medicina Legal, Presidente de júris de exames de Semiótica Radiológica e arguente de inúmeras dissertações de licenciatura.
Dirigiu o Instituto de Medicina Legal do Porto desde 1960. No âmbito do Curso Superior de Medicina Legal foi professor de Polícia científica, Deontologia e Jurisprudência Médicas e de Medicina Legal. Foi Chefe da Secção de Medicina Legal da revista Gazeta Médica Portuguesa (Lisboa), membro titular da Academia Internacional de Medicina Legal e Medicina Social, de diversas disciplinas de cursos da Polícia Judiciária do Porto e vogal do Conselho Médico-Legal do Porto.
Por jubilação do Professor Luís de Pina e até ao doutoramento da sua assistente Maria Olívia Rúber de Meneses foi uma vez mais responsável pela docência da História da Medicina e Deontologia Profissional e pela Direcção do Museu de História da Medicina Maximiano Lemos. Possui uma vasta bibliografia médica.
A Sala Carlos da Silva Lopes expõe os instrumentos, os aparelhos e o equipamento de Oftalmologia dos séculos XIX e XX, tais como as agulhas de sutura e abaixamento, os bisturis e as facas (Beer, Graefe, Jaeger, Desmarres), os Blefarostatos (Galezowsky, Hirsberg, Landolt, Liebreich, Panas, Weber), os caracteres de Snell, os cautérios, os cinzéis e os ganchos, as curetas, os elevadores-irrigadores, os espelhos de reflexão, os estiletes de Bowman, as lancetas, os oftalmoscópios, as pinças, as seringas, as tesouras, os estojos compostos destes instrumentos ou de sistemas de lentes. Na maioria os instrumentos do século XIX foram manufacturados por Charrière, Robert e Collin, Lüer, Mathieu e W. Mathews.
Ainda nesta sala deparamos com os aparelhos e o equipamento de oftalmologia oferecidos pelo Professor Castro Correia (n.1928) pertencentes ao Serviço que dirigiu: escalas de teste, armário de lentes de ensaio, lupas binoculares, focos de bloco operatório electróimans, perímetro de projecção Aimark tipo Maggiore, perímetro automático, escotómetro de Beyne, aparelho de angiografia retinografia, Sinoptóforo, ventosa para extracção de cataratas, fotocoagulador laser, entre outros.
